Encontrar palavras de consolo para um coração que se despedaça com a perda de uma mãe é um desafio, especialmente quando se trata de um jovem que não só enfrenta o luto, mas também carrega nas costas o peso de uma carreira brilhante e promissora.

Falo por experiência própria. Aos 17 anos, testemunhei a partida súbita da minha mãe, Norma, aos 50 anos, que se foi serenamente durante o sono. Espero sinceramente que tenha sido sem dor.

Agora, aos 19 anos, João Neves, um fervoroso adepto do Benfica, enfrenta a dolorosa realidade de perder sua mãe, também aos 50 anos e de forma abrupta, num momento crucial de sua vida. Ele é o novo destaque do Benfica, da seleção nacional e do cenário futebolístico português.

Vivemos tempos sombrios, marcados pelo ódio, onde, por vezes, uma decisão arbitral num jogo recebe mais atenção do que um ato de racismo. É essencial que a empatia prevaleça, mesmo que por um breve momento.

Com 35 anos, ainda sinto uma saudade imensurável e observei como a perda afetou profundamente figuras marcantes, como o Adriano Imperador, que mudou drasticamente após a perda de seu pai.

Seja no futebol ou fora dele, independentemente das cores que defendemos, o mundo torna-se indubitavelmente mais triste quando alguém perde sua mãe. As palavras podem ser levadas pelo vento, mas os gestos de solidariedade e compaixão deixam marcas profundas.

Desejo sinceramente que João Neves receba uma enxurrada de afeto, abraços e apoio. Que sua dor possa abrir espaço para uma reflexão mais ampla, embora eu reconheça que isso possa ser pedir demais…

Opinião de Bruno Andrade – jornalista

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